Londres 2021: planejando o transporte para melhorar a saúde da população

publicado em 3 de agosto de 2015

Londres
Foto: WRI Brasil

“A saúde das pessoas está diretamente ligada ao serviço de transporte oferecido pela cidade e às escolhas que ele nos permite para nossos deslocamentos”, escreve Peter Hendy, da Transport for London (TfL), na apresentação do novo plano da capital inglesa.

A TfL, o departamento de transporte de Londres, lançou um plano de ação que até agora é considerado o primeiro do tipo no mundo. Chamado Improving the health of Londoners – Transport action plan (em português, “Melhorando a saúde dos londrinos – Plano de ação para o transporte”), o documento traz dez medidas que devem ser implementadas até 2021 e que foram desenvolvidas a partir da premissa de que as ruas, o meio ambiente e o transporte influenciam o bem-estar das pessoas – logo, as mudanças realizadas nessas áreas podem melhorar a saúde e a qualidade de vida da população.

Por apresentar uma visão estratégica e integrada de dois setores importantes e de grande impacto na vida urbana, o transporte e a saúde, o plano de Londres foi considerado pelo UITP um dos melhores de 2015 dentro da categoria estratégia para o transporte coletivo.

De acordo com dados da TfL, dois terços das viagens realizadas no transporte coletivo envolvem em média cinco minutos de caminhada – o que significa que apenas entre os deslocamentos diários é possível realizar grande parte da atividade física necessária por dia; e o transporte coletivo cumpre com uma de suas principais contribuições à saúde, que é manter a população fisicamente ativa. Assim, para que esses trajetos feitos a pé sejam mais agradáveis, a cidade tem investido na qualificação dos espaços públicos, a fim de torná-los mais atrativos e seguros para pedestres e ciclistas.

Dado que 38% dos londrinos usam o carro – privado ou táxi – para se deslocar na cidade, uma das grandes metas do plano é reduzir essa porcentagem para 6%. A fim de atingi-la, o plano de Londres prevê melhorias nos espaços públicos para incentivar os deslocamentos a pé e de bicicleta e de forma a torná-los mais seguros, acessíveis e confortáveis para as pessoas. Além disso, a qualificação dos modais sustentáveis e/ou não motorizados de transporte contribui para a saúde da população, promovendo mais oportunidades de atividade física e ajudando a reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

A atividade física, vale dizer, é um importante tópico do plano. O objetivo é fomentar os deslocamentos sustentáveis de transporte nas diferentes fases da vida, uma vez que se considera que uma pessoa de 80 anos, por exemplo, pode realizar os exercícios necessários diariamente apenas em um passeio pela cidade – além de, com isso, aumentar seus níveis de atividade psicológica em até 16%.

Consideradas as condições atuais das ruas, é preciso trabalhar para reduzir os níveis e de ruído e poluição e o número de acidentes. Com seu novo plano, Londres estabelece metas e prazo para se tornar uma cidade melhor para as pessoas. Uma cidade de ruas seguras, acessíveis e agradáveis. Um lugar onde as pessoas queiram e possam estar.

Fonte: Plataforma Urbana