O cinema vai às ruas
publicado em 20 de novembro de 2017
Levar cultura através do cinema. Essa é a proposta do projeto Cine Circular, que desenvolveu, em várias cidades do DF, um projeto cultural que levava espetáculos teatrais e exibição de filmes em locais abertos. Em sua última edição, o projeto visitou Sobradinho, levando para a rua o encanto da sétima arte ao acesso de todos.
Com o apoio da Secretária de Cultura do DF, o projeto de exibição de filmes em espaços públicos teve um total de seis edições, sendo um no plano piloto e cinco nas regiões administrativas do DF. O projeto teve como objetivo, além de levar o cinema para regiões de pouco acesso a inciativas culturais, era de democratizar o acesso, incitar debates e reflexões, através de atividades de ocupação de espaços públicos como praças, parques e escolas públicas.
De acordo com Moacir Costa, idealizador e produtor executivo do Cine Circular, “a ideia veio da necessidade de melhorar a acessibilidade das comunidades, permeando a cultura através do cinema”.
O produtor explica que a inciativa itinerante se deu porquê “embora Brasília seja uma cidade onde existe muitas opções de acesso ao cinema, no entorno essa realidade está bem distante, por isso criamos um cinema itinerante com a mesma qualidade do cinema convencional, com equipamentos modernos, que em sua maioria é o mesmo utilizados nas salas de cinema convencional”. O Critério, segundo Moacir, “foi aplicado em cima de uma pesquisa feita pela curadoria sobre a acessibilidade dos moradores de cada região ao universo do cinema”, relata.
O habito de assistir filmes é uma atividade que faz parte da formação cultural e educacional das pessoas, assim como a leitura e música. Rose May Carneiro, Professora da faculdade de comunicação da UnB e Doutora em Imagem e Som, ressalta que o cinema “é um tiro certeiro no inconsciente. Somos Transportados para um lugar onde deixamos de ser meros espectadores para viver emoções”.
Para a professora, a exibição de filmes em locais públicos “ajuda a cultivar o espírito de coletividade e congregação”. Rose May conclui que estas atividades “ estimulam a comunidade ao relacionamento e o conhecimento de si mesmos, causado pelo debate e pelas conversas sobre as projeções”.
Layana Silva, participante da edição de Sobradinho, espera que a atração se repita mais vezes. “É muito interessante você juntar duas atividades como estas [shows e filmes] em um só lugar”. Para ela, projetos como o Cine Circular movimentam o dia-dia da comunidade. “Num mesmo lugar, se pode ver crianças, jovens e idosos, todos aproveitando o espetáculo de maneiras variadas”, comenta a estudante.
*Matéria publicada na 23ª edição do Jornal Nosso Bairro
Ascom UPSA