A água como direito humano básico
publicado em 20 de março de 2018
Debate entre líderes mostra que os direitos humanos são para todos, inclusive na garantia da água.
Geralmente quando os direitos humanos são pautados, a maioria das pessoas diz que eles só servem para defender “bandidos”. Porém, quem se posiciona com esse tipo de afirmação deixa mais que evidente que estão confundindo os conceitos e as coisas. O painel “Conferência de Juízes e Promotores”, promovido pelo Fórum Mundial da Água mostrou que direitos humanos é para todos os cidadãos, inclusive no direito básico à água.
Na tarde desta segunda feira (19), o debate contou com a presença de juízes, promotores, diplomatas, cientistas, professores e líderes da área, entre os participantes da mesa estavam o juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto Caldas, a advogada e mestre em direito ambiental, Sheila Abed e o vice presidente central do Paquistão e conselheiro do meio ambiente, Malik Amin Aslan para debater os desafios atuais, além das soluções jurídicas e inovadoras para os problemas que envolvem a água e sua utilização. Os participantes da mesa foram
O juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto Caldas, iniciou seu discurso com uma breve homenagem à vereadora Marielle Franco, que também era defensora dos direitos humanos e foi assassinada na região central do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (14). “Gostaria de deixar meus sentimentos a defensora dos direitos humanos, Marielle Franco”, disse o juiz. Em seguida começou sua fala sobre a importância da água. “A água tem papel fundamental na vida de qualquer ser, o acesso à ela é um direito humano básico e deve ser garantida pelo Estado”, disse Roberto. Em outro momento de fala, o juiz citou ainda dois públicos que não têm acesso ao bem potável como deveria, bem como saneamento básico, é o caso da população prisional e dos indígenas. “Segundo a OMS, cerca de 4 milhões e meio de pessoas no mundo não tem acesso aos direitos humanos básicos, o sistema prisional, por exemplo, tem falhas. A pessoa que está sendo privada de liberdade também é privada da água, nós temos que ter mais atenção com esse público”, completou o juiz.
A advogada paraguaia Sheila Abed e o vice-presidente do Paquistão Malik Amin seguiram o debate falando sobre as políticas públicas nos processos dos direitos humanos, para garantir água à populações mais pobres, que vivem em situações de riscos e também para as minorias. O debate foi considerado por muitos telespectadores como um dos melhores painéis do dia.