Entrevista com Sr. Jorge, morador de condomínio na Paranoazinho
publicado em 19 de janeiro de 2011
A Urbanizadora Paranoazinho S/A (UPSA) entrevistou o morador e ex-síndico do condomínio Beija Flor, José Jorge Gonçalves, sobre a regularização da região da Fazenda Paranoazinho. Jorge nos fala como este processo deve afetar a vida da comunidade local, na sua visão. Confira.
UPSA: Sr. Jorge, quando você se mudou para a região?
Jorge: Moro no condomínio Beija Flor desde 2002. Fui síndico por seis anos (2004 a 2010), três mandatos consecutivos, sem receber retribuição financeira, por opção própria.
UPSA: Quantas pessoas vivem atualmente no Beija Flor? Há quantos lotes no condomínio?
Jorge: O condomínio existe desde 1989 e hoje tem cerca de 300 moradores, em 78 lotes residenciais e comerciais.
UPSA: Você conhece outros moradores da região da Fazenda Paranoazinho?
Jorge: Sim. Busco me relacionar bastante com a comunidade e com outros síndicos também.
UPSA: Os moradores da região aguardam a regularização há quanto tempo?
Jorge: Sempre houve muita expectativa em relação à regularização. Todos só pensavam nisso, lutamos muito, sempre foi o objetivo da maioria dos moradores. No meu mandato, o principal objetivo foi adotar medidas para regularizar. Fizemos mudanças de postes, colocamos bloquetes nas ruas, águas pluviais, passarela para pedestre, arborização na área verde. Recebemos elogio do Ibram (Instituto Brasília de Meio Ambiente) e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Há cerca de três anos, o Grupar (Grupo de Análise e Aprovação de Parcelamento do Solo e Projetos Habitacionais) nos visitou e aprovou o trabalho feito.
UPSA: O que mudou desde que a Urbanizadora Paranoazinho S/A (UPSA) adquiriu a Fazenda Paranoazinho?
Jorge: Desde que a UPSA adquiriu a fazenda, surgiu a possibilidade real de aquisição dos lotes. Em 2009, participei de uma reunião com a UPSA e conselheiros. O acordo foi aceito por mim imediatamente, para evitar prejuízos.
UPSA: Como tem sido a reação dos moradores do condomínio Beija Flor em relação aos avanços do processo de regularização?
Jorge: Todos moradores detêm a posse das terras. A grande maioria quer acordo e resolver a titulação. Adquirimos sabendo que tinha dono e aguardamos aparecer. Muita gente pensa assim, mas para outros, a cobiça fala mais alto, sabe que a terra tem dono, mas quer levar vantagem e conseguir de graça. Após a regularização, juntamos as pessoas que queriam o acordo e fomos ao Posto de Atendimento da UPSA. Éramos dez lotes.
UPSA: Os moradores costumam procurar a UPSA quando têm alguma dúvida?
Jorge: Sim. Muitos já foram ao Posto de Atendimento da UPSA tirar dúvidas. O pessoal do posto sempre tem todas as informações.
UPSA: Os moradores conhecem a proposta da UPSA?
Jorge: Sim. A proposta foi o acordo para pagarmos o lote no ato do recebimento da escritura. Preço justo e proposta honesta. Eles (a UPSA) adaptaram à realidade do condomínio e todos se satisfizeram com as condições e os valores eram o que eles esperavam. Ofereceram-me 10 anos para pagar, mas prefiro à vista para evitar juros. Na hora que recebi a proposta, concordei com os termos e estou apenas aguardando o contrato.
UPSA: Qual a sua visão em relação ao usucapião?
Jorge: Sou totalmente contra, pois não acredito em vitória neste tipo de ação para condomínio. Em caso de derrota, os custos processuais e advocatícios são elevados, além do tempo excessivo para resolver o problema. O preço dos lotes ao fim da ação será muito elevado.