Entrevista com Topocart

publicado em 21 de dezembro de 2010

Topocart, empresa contratada pela UPSA para realização do projeto urbanístico de regularização, fala sobre os projetos aprovados pelo GRUPAR. Foram entrevistados Jandson Queiroz, arquiteto e urbanista que ficou à frente dos projetos e Plínio Fragassi, gerente comercial que acompanhou a contratação junto à UPSA.

Plinio Fragassi - Gerente Comercial da Topocart
Plinio Fragassi - Gerente Comercial da Topocart
Jandson Queiroz - Arquiteto e Urbanista responsável pelo projeto
Jandson Queiroz - Arquiteto e Urbanista da Topocart

UPSA: Qual é o tamanho da Topocart hoje?
Topocart: A Topocart tem hoje cerca de 200 funcionários, entre nossos seis escritórios no Brasil (Brasília, Natal, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e Palmas) e três escritórios no exterior (Angola – Luanda, Espanha – Barcelona e Estados Unidos – Miami).

UPSA: Qual foi o escopo da contratação entre a UPSA e a Topocart?
Topocart: A Topocart foi contratada em 2008 para fazer o projeto de regularização dos 52 condomínios existentes no interior da Fazenda Paranoazinho com base no aerolevantamento, a mesma metodologia que a Seduma (Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente) e a Terracap (Companhia Imobiliária de Brasília) adotam aqui no DF.
A empresa tem seis aviões, sendo três sediados em Brasília, com câmeras de imagem, radar e laser. No caso da UP foi feito com a de imagem. A câmera fica na base do avião, captura tudo e armazena em um HD. As imagens são tratadas e juntadas, como um mosaico, e é preparado um mapa em alta qualidade de definição e em formato 3D. É um sistema similar ao de televisões 3D, que reproduz imagens de altíssima resolução pelo qual é possível visualizar se a casa tem um, dois, ou três pavimentos, por exemplo. Muitos perguntam como foi feito o levantamento do IPTU se nunca visitaram as casas deles para medir. Não precisa, isso é feito ou por foto satelital ou por ortofotometria.

UPSA: O projeto é uma representação do que existe na região da Fazenda Paranoazinho hoje?
Topocart: Sim. Seguimos à risca a realidade. Após ter sido feito o diagnóstico da área, os projetos foram desenhados de acordo com as normas e diretrizes do Grupar (Grupo de Análise e Aprovação de Parcelamento do Solo e Projetos Habitacionais).
A Topocart trabalha a partir de uma ortofoto e passa a ter uma radiografia muito precisa da área para realizar o levantamento cadastral, o qual se desenha lote a lote, identificando praças, ruas, piscinas, tudo que acontece espacialmente na área. Para o projeto da UP, utilizamos esse levantamento e fomos confirmando as informações.

UPSA: Em algum momento a UPSA propôs utilizar áreas dentro dos condomínios para outras finalidades?

Topocart: Em momento algum. A recomendação que sempre tivemos era manter o uso dessas áreas internas já consolidadas conforme se encontram hoje. A premissa foi tentar influenciar o mínimo possível na ocupação. Essa foi a recomendação da UPSA, desde o início.

UPSA: Por que os muros não aparecem nos projetos?
Topocart: Não existe embasamento legal para desenhar muros nos projetos. Mas isso nunca influenciou outras regularizações. No Jardim Botânico, por exemplo, nós fizemos vários projetos e o caso é semelhante ao da Paranoazinho: todos os condomínios são murados, mas em nenhum projeto aparece este fechamento. Apesar disso, nenhum muro foi derrubado.

UPSA: A Topocart participou de reuniões com síndicos e moradores dos condomínios?
Topocart: Durante três meses, de fevereiro a abril, a gente teve reuniões praticamente semanais no Grupar, quando ainda funcionava no “Buritinga”. A grande maioria dos moradores não tinha projetos para apresentar, eles iam com informações. A gente providenciava tudo aquilo que tinha sido solicitado, até o limite do que a Lei permite.