Checape nas árvores do DF
publicado em 22 de julho de 2014
Com o status de uma das cidades mais arborizadas do país, Brasília apresenta alguns trechos de risco para a população, com galhos que podem cair a qualquer momento em calçadas, passeios, áreas de recreação e carros. O serviço de poda da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) será incrementado, a partir de agosto, com três aparelhos com tecnologia de ponta para medir os danos e a necessidade de corte de árvores. A empresa comprou um tomógrafo e dois resistógrafos, que prometem dar diagnósticos completos da saúde das plantas no Distrito Federal.
De acordo com o órgão, cerca de 800 árvores caem anualmente na capital: só em 2014, 721 foram cortadas por risco de queda. Até a chegada dos novos aparelhos, a avaliação era feita a partir dos conhecimentos de três engenheiros florestais e seis técnicos agrícolas. “Eles faziam uma avaliação visual, de acordo com a experiência deles, sobre o tipo de planta, o risco de queda. Com esses dois equipamentos, vamos ter noção da sanidade da árvore e do quanto vamos ter que tirar da planta, de acordo com o risco de cair”, comenta o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Rômulo Ervilha.
Os aparelhos que mais serão usados no dia a dia são os resistógrafos, segundo Ervilha, pela facilidade de serem manipulados pelos técnicos. Se o uso do tomógrafo for necessário, ele também sairá da caixa. “Nas próximas duas semanas, vamos fazer um treinamento com o pessoal. Avaliaremos as árvores com risco aparente. Geralmente, o técnico faz uma vistoria inicial, de acordo com o local em que a planta se encontra e o perigo de queda. Sabendo disso, verificaremos as que realmente precisam da poda, sanando qualquer dúvida que tivermos quanto ao interior do tronco”, explica o servidor da Novacap.
Os dois equipamentos são capazes de analisar se a parte interna tem problemas, como rachaduras, podridão ou algum outro tipo de deterioração que possa comprometer a integridade do vegetal. O tomógrafo faz a avaliação por meio da emissão de ondas na madeira, enquanto os resistógrafos encontram a informação ao perfurar a árvore (veja arte). Os três aparelhos vieram da Alemanha e custaram R$ 200 mil. “Fomos a São Paulo para olhar a tecnologia. Já estávamos observando isso há mais de um ano, mas demorou um pouco para sair a licitação”, lembra Ervilha. Os técnicos estão em treinamento e devem começar a usar os equipamentos a partir de agosto.
Vizinhança
A espera, segundo Ervilha, valeu a pena: os funcionários estão animados com a chegada da nova tecnologia. “O equipamento vai dar maior consistência ao nosso trabalho, além de garantir mais segurança. Muitas vezes, os técnicos são questionados pelos moradores: há aqueles que querem que os galhos sejam cortados, mas outros acham que não devem. Como esse é o nosso trabalho, nosso dever, temos uma grande responsabilidade. Acredito que, agora, vai ficar mais fácil conversar com os moradores que questionam o serviço”, comenta o servidor.
Como o DF conta com milhares de árvores, é difícil monitorar todas as que estão com risco de queda. Os exemplares da W3 são os mais vigiados, por se tratarem de árvores grandes, plantadas muito próximo ao asfalto, com raízes pouco firmes. De acordo com Ervilha, a principal contribuição para o trabalho de poda da Novacap nas outras vias é dos próprios brasilienses. “Temos muitos pedidos de moradores. Por meio da ouvidoria ou do e-mail, eles solicitam que façamos uma vistoria, quando veem a necessidade de poda em uma árvore próxima ao local onde moram”, conta.
Meios de contato
É possível avisar sobre a existência de árvores em risco de queda à ouvidoria da Novacap. O morador pode se manifestar pela internet, no site www.novacap.df.gov.br/canais-de-atendimento, pelo telefone 162 ou presencialmente, no endereço Setor de Áreas Públicas, Lote B, Bloco C, CAIC, das 7h às 19h.