Transporte público está entre as principais queixas no Setor Contagem

publicado em 23 de abril de 2015

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Segundo o DFTrans, técnicos do órgão estão fazendo levantamento em todo o Distrito Federal para identificar os problemas do sistema de transporte público e solucioná-los

A baixa quantidade de linhas de ônibus que atendem os moradores do Setor Habitacional Contagem e circulam pelas regiões de Sobradinho I e II é a principal reclamação dos moradores. Dentre as queixas mais comuns está também o excessivo tempo de espera nas paradas.

Segundo Maria de Fátima de Souza, 57 anos, moradora do Setor Contagem há 25 anos, o transporte público é o maior problema do bairro. “Eu tenho a minha borracharia aqui perto da parada há 15 anos e já fiquei até três horas esperando um micro-ônibus. Só vejo um carro circulando por aqui, mas o governo diz que tem três lotações”, disse indignada.

De acordo com o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), os horários, a quantidade de viagens e de ônibus alocadas para cada linha são definidos a partir da extensão do percurso e da demanda esperada. Hoje, 16 linhas de ônibus passam pelo Setor Contagem, mas somente três dessas são circulares (063.1, 061.1 e 531.1). Por esse motivo, do total de 60 ônibus que passam pelo bairro, somente oito são responsáveis exclusivamente pelo transporte interno na região administrativa.

Das 13 linhas de ligação que passam pelo Setor Contagem, quatro também circulam por Sobradinho II, seis por Sobradinho I e II, e duas pela Fercal. Todas as 13 trafegam pelo Grande Colorado.

Nas tabelas horárias das linhas 063.1 e 061.1, disponibilizadas pelo órgão, o tempo médio de espera, de segunda a sábado, é de 40 minutos e, no domingo, é de cerca de uma hora. Já na linha 531.1, o tempo de espera, segundo a tabela, é de aproximadamente duas horas em todos os dias da semana.

Segundo a vendedora Gilvanice Ferreira, 32 anos, a demora é bem superior à informada pelo DFTrans. “Como também trabalho aos sábados, muitas vezes espero até três horas por micro-ônibus”, detalha a moradora do Setor Contagem.

Há moradores que se queixam de que, nos últimos quatro anos, houve uma diminuição na frota de ônibus que passam pelo bairro. Sem explicar o porquê dessa redução, o DFTrans diz que, apesar do decréscimo, a frota foi renovada e, se o usuário adquirir um dos cartões do Sistema de Bilhetagem Automática, pode embarcar no tempo máximo de duas horas em até três coletivos ou no metrô, pagando R$ 3,00.

Elenílson Xavier, gerente de operações da Viação Piracicabana, empresa responsável pelas linhas de ligação na região de Sobradinho, garante que as tabelas horárias do DFTrans estão sendo cumpridas. “Não existe demora na espera. Nós estamos cumprindo a tabela horária muito bem desde que assumimos esse transporte, em outubro de 2013”, afirma.

Visão da cooperativa

Já as linhas circulares de Sobradinho são realizadas pela Cooperativa dos Transportes Públicos do Distrito Federal (Coopertran). Segundo o coordenador da cooperativa encarregado pela região, Francisco Pimentel, a demora ocorre pela quantidade de carros parados, com pouca manutenção. Ele comenta que, diariamente, entre quatro e oito carros quebram e precisam ser “resgatados”.

De acordo com Pimentel, em Sobradinho, atualmente existem cerca de oito micro-ônibus parados com problemas − principalmente no motor, nos freios e na marcha. A falta de recursos, para ele, é o que mais dificulta o trabalho. “A diretoria já está empenhada na troca dos carros, mas o que falta é dinheiro porque uma tarifa de R$ 1,50 não te dá suporte para nada. Você roda o dia todo e o que você apura mal dá para abastecer o carro”, pondera.
Segundo o DFTrans, técnicos do órgão estão fazendo levantamento em todo o Distrito Federal para identificar os problemas do sistema de transporte público e solucioná-los. Os passageiros podem reivindicar a ampliação ou a criação de linhas na administração regional, na Ouvidoria do GDF (162) ou na sede do DFTrans (antiga rodoferroviária).

As linhas de transporte público em Sobradinho funcionam todos os dias da semana, mas aos domingos, é alocado um ônibus a menos na frota. As linhas circulares são compostas por micro-ônibus e as de ligação, de ônibus básico.

Fonte: Ascom UPSA