Analisar o presente para acertar no futuro.
publicado em 20 de novembro de 2017
Pensando no futuro da sociedade, o Brasília Impact Hub realizou o workshop “Future of Business”, evento voltado para grandes empresas e startups que estão de olho na inovação e se preparando para o futuro. Jeremy Kirshbaum, gerente de pesquisas do Instituto para o Futuro (IFTF, sigla em inglês), trouxe o olhar de alguém que está há 10 anos trabalhando com futurismo.
Apesar dos clichês, Jeremy adianta de antemão que seu papel não é prever o futuro, mas sim elaborar estratégias a partir dos sinais presentes para as possíveis falhas e problemas que as empresas venham a enfrentar mais a frente. De acordo com o gerente “temos sempre que buscar uma visão ampla sobre o futuro, sem especificidades”.
INOVAÇÃO DAS EMPRESAS
Apontando os principais problemas das empresas no processo de inovação, Jeremy explica que “quando se fala hoje em se preparar para o futuro, muitas empresas constroem o futuro ideal e se preparam para ele, eliminando todas as demais hipóteses. Almejar um futuro desejado não significa que os futuros falhos deixarão de acontecer. Inovar nesse cenário é diagnosticar o máximo de falhas possíveis e estar preparado para resolver todas elas”, pontua.
Nesse ramo de análise futurista, Jeremy conta que muitas das grandes multinacionais já trabalham nessa perspectiva. Como exemplo, Jeremy cita nomes como os das gigantes Google e Nestlé. “Essas empresas não buscam somente soluções para o futuro, mas principalmente os erros exatos que elas podem vir a cometer”. Para isso, segundo ele, é preciso identificar os sinais presentes, as tendências e principalmente as apostas que não deram certo naquele momento, pois podem representar um fator de sucesso no futuro.
TECNOLOGIAS PREMATURAS
Como exemplo de apostas erradas, Jeremy cita exemplos de tecnologias que não deram certo, ou que não foram utilizadas da maneira correta em determinado momento. Um exemplo conhecido dado por ele foi o fracasso do Pager no final da década de 90 e a revolução provocada pelo Iphone, pouco tempo depois. “O Pager foi lançado para o mercado com a intenção de substituir o papel, mas não buscou agregar outras funções como fez o Iphone, lançado em 2007. A tecnologia do touchsreen era algo inovador, mas o uso restrito dado à ela pelo pager causou o seu fracasso”, declara.
A MOEDA DO FUTURO
Jeremy aposta que as criptomoedas serão o futuro para o sistema financeiro mundial. Investidor de Bitcoins desde 2011, Jeremy conta que “as criptomoedas são estáveis e seguras. Elas não sofrem com especulações, não ficam restritas às fronteiras políticas e econômicas e não podem ser reguladas por governos. Eu posso estar na China, na Nigéria ou nos Estados Unidos, que o Bitcoin tem entrada e o mesmo valor em todos esses mercados, tudo isso diretamente pela rede”, pontua Jeremy.
CARROS AUTÔNOMOS
O gerente do IFTF questiona a maneira como algumas tecnologias são desenvolvidas. Para ele, os carros autônomos são o melhor exemplo de como certas inovações são pensadas a partir de uma realidade e vistas como uma solução para o mundo inteiro. “A visão que temos de carro autônomo hoje simboliza o nosso atual modelo de transporte particular, apenas com modificações que permitem ele se mover sozinho. Não sabemos se a forma e o modelo que hoje é difundida são de fato o adequado para todos os países do mundo. Talvez possamos caminhar para um futuro onde os próprios carros particulares não existam.”
*Matéria publicada na 23ª edição do Jornal Nosso Bairro
Ascom UPSA